domingo, 20 de novembro de 2016

Entrevista Liliana Iribarry

Somos conterrâneos e contemporâneos, não sei se é saudosismos ou se a época era diferente mesmo. Em Taquara, cidade interiorana, sem internet e sem computadores parecia mais conectada com o mundo do que agora, os anos 80 pareciam mais interessados em cultura.

Hoje Liliana administra o grupo spacejunkies dedicado a música prog, psicodélica e eletrônica. E também aos gifs mais descolados e hilários do FB nesse link.

Veja a entrevista:

Acho que todos, em algum momento, percebem que a música é algo além de dançar ou se chacoalhar e veem que ela traz muitas emoções e se fixa na memórias ao longo da vida. Qual a música ou lembrança musical mais antiga que tu tens e qual o primeiro disco comprado com as próprias economias? Fale também qual a música ou banda que fez tu perceber que a música teria uma importância muito grande na tua vida?

O disco do Pink Floyd Atom Heart Mother, a lembrança musical pelo meu tio, eu tinha uns 8 anos e o que me encantava eram as capas dos álbuns, nessa mesma época o primeiro álbum do Black Sabbath. Comprado com o dinheiro da merenda foram dois álbuns do Supertramp , Breakfast in America e o Crime of the Century os quais meu tio disse que eram razoáveis (tinha 13 anos), hoje são considerados obras-primas do gênero Progressivo, lembro que meu tio relacionou a eles — palhaços (tramp). A música para mim, é como respirar , vital, não posso passar um dia sem pensar,ouvir música.

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A função da música pode ser também um modo de socialização, formação de grupos. E nesses grupos pode surgir a identificação com um estilo musical e também a apreciação (de cada membro) de uma banda específica, isso para manter a individualidade de cada um. Teve um grupo de amigos assim? Qual era a “sua” banda e existia algum estilo que não gostava e que outros amigos apreciavam?

A música para mim nem sempre foi algo de sociabilização, mas aquele momento de apenas comigo mesmo, o que me fazia pensar mais que apenas dançar e cantarolar, dificilmente seria pela música que me relacionaria ou interagiria com os outros, nunca para impressionar ou causar, creio que a música sempre teve uma relação entre mim mesma e as fases da minha vida e eu sou um tanto reservada , portanto não seria por bandos ou grupos de amigos e sim algo de satisfação pessoal. A rede me fez interagir mais com pessoas sobre a música e ainda sim optei por pessoas desconhecidas as quais não sinto necessidade de conversar ou ter contato mais pessoal, estranha eu ..talvez ! Mas partilhar meus pensamentos e o que sou a música já o faz por mim

Qual o seu show inesquecível, qual o que se arrepende não ter ido e qual o que gostaria de ir mas nunca teve oportunidade, seja pela distância ou até pelo tempo, tipo um show que foi realizado quando era criança ou não era nascido?

Inesquecível - Roger Waters - The Dark side of the Moon , não pude ir ao show do David Bowie em SP, com minha irmã, pois era casada (sem comentários).

Se não pudesse escutar nenhuma banda ou interprete que lançou discos no século passado o que escutaria hoje? E qual a sua fonte de atualização musical?

Eu já escuto, os clássicos do rock eu utilizo para promover o grupo e minha linha de tempo na rede social, mas atualmente só tenho escutado bandas atuais , nada comerciais no meu país e quase nada conhecidas e inviáveis nas rádios brasileiras. São elas: Shpongle, Ozric Tentacles, Eat Static, Carbon Base Lifeforms, Asura, Aes Dana, Solar Fields, OTT, The Orb, muitas e muitas mais (Younger Brother) etc.. A rede social, o contato com pessoas estrangeiras pelo grupo e pela rede social me faz abrir vários caminhos para o novo gênero eletrônico progressivo .

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Fale umas dez bandas, músicas ou discos que modificaram a tua vida de alguma forma e se quiser descrever como e porque?

Pink Floyd, Yes, Genesis, Jethro Tull, Donovan, E.L.P, Black Sabbath,TOOL, Shpongle, Ozric Tentacles, todas de alguma forma psicodélicas e progressivas, eu não suportaria bandas de extremo metal.

Toca ou já tocou algum instrumento? Teve alguma banda, mesmo que imaginária, como ela era?

Eu apenas fui agente comercial de uma banda.

Já atacou de DJ ou algo parecido? como foi a experiência?

ainda (risos ) não, vontade tenho!

Se fosse para participar de uma banda, qualquer uma, qual seria e que instrumento tocaria?

Tocaria nada — sem aptidão, mas admiro a bateria.

Que músicas ou estilo embalariam ou embalam tarefas cotidianas ou dias específicos, tipo passear de carro em uma tarde de sábado de primavera? Praticar um esporte radical? atravessar a cidade a pé em uma madrugada de inverno? Coloque outros itens.

Todas progressivas ou psicodélicas.

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Acho que todos gostamos de algumas músicas que não tem muito a ver com a imagem que temos de nós mesmos, que música ou banda não gostaria de ser flagrado ouvindo por uma pessoa que não te conhece ainda? Que poderia criar uma imagem errada do teu gosto?

Nenhuma, eu tenho maior orgulho do meu gosto musical, se a pessoa que não me conhece me visse ouvindo algo que ela não curta, isso nem me interessa, ou seja eu ouço música para mim, e não para impressionar seres, pessoas…

Na adolescência qual era o estilo de música que tu achava que estaria ouvindo hoje e qual realmente está?

The Cure, Joy Division (os anos 80’s) sempre me parece ter sido ontem que ouvi.

Números. Quantos discos, cds, dvds, k7 e livros musicais já teve até agora. Indique alguns livros e filmes interessantes sobre música.

Bem são inúmeros LPs, CDs, sendo que alguns foram e não voltaram (apenas a capa) — mas não sou apegada, orque posso ouvir na internet sempre tudo que quero.

Filmes — bem eu não tenho mais visto nada de novo em relação a música que eu curto, e os antigos você me conhece e sabe que foram os mesmos que vimos na adolescência — Blade Runner, Trainspotting, Labyrinth, etc… os filmes atuais estão tenebrosos ou são remakes.

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