sábado, 26 de novembro de 2016

Entrevista João Lourenço

Só agora respondi a entrevista e isso foi bom. Se tivesse respondido antes teria feito um texto enorme e com referências demais. Acho que fiz uma espécie de biografia a partir da música e essa era a ideia ao elaborar as questões.
Espero que goste do meu relato. Eu gostei, de reviver muitas coisas e resgatar ótimas lembranças.

Qual a música ou lembrança musical mais antiga que tu tens e qual o primeiro disco comprado com as próprias economias? Fale também qual a música ou banda que fez tu perceber que a música teria uma importância muito grande na tua vida?

Tenho lembranças de um pequeno rádio a pilhas, que eu vivia mexendo pela curiosidade tecnológica, e pelas canções que misturavam jovem guarda e tropicália no início dos anos 70. Minha memória afetiva diz que todos os desenhos animados da época eram melhores, (não sei), mas uma coisa eu tenho certeza, as músicas eram . The Archies, Banana Splits e filmes da sessão da tarde como Monkees e a Turma da Praia, vem dai meu gosto por surf music.
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Os programas infantis dos anos 70 eram bem psicodélicos
Mas a grande fissura por música e também pelo cenário envolvido, foi a novela Estúpido Cupido, que era ambientada nos anos 50 e embalado pela trilha dos primórdios do rock nacional, na época, 1976, eu tinha 10.
Meu primeiro disco, circa 82, foi the Broadsword and the Beast do Jethro Tull, por quê? Porque sai decidido a comprar um LP, entrei na loja Hans, de Taquara e não achei nada de mais interessante, gostava da banda, mas não conhecia o disco. Me arrependi depois e foi um dos pouquíssimos discos que troquei, dos 400 LPs em vinil que tive, só troquei 5 ou 6.
A primeira música que vi que não tinha mais volta foi Lay Lady Lay do Bob Dylan, não é nenhum clássico, mas lembro que gravei numa fita Basf em um gravador tipo Juruna e escutava repetidas vezes, também deixava o gravador na cabeceira da cama para escutar logo ao acordar.
Tem a história de Nessun dorma da ópera Turandot de Puccini, que eu ouvia bem piá, numa versão chupada e bem brega do cantor Moacyr Franco, mas essa história já contei em algum lugar.

A função da música pode ser também um modo de socialização, formação de grupos. E nesses grupos pode surgir a identificação com um estilo musical e também a apreciação (de cada membro) de uma banda específica, isso para manter a individualidade de cada um. Teve um grupo de amigos assim? Qual era a “sua” banda e existia algum estilo que não gostava e que outros amigos apreciavam?

Até o segundo grau, minhas audições eram mais particulares, escutava um misto de MPB bicho grilo, Ednardo, Zé Ramalho, Elomar e algumas coisas tipo A Cor do Som. Depois que entrei no CIMOL, colégio técnico, (que por indecisão só ingressei no segundo ano), reencontrei com os amigos da oitava série e fiz outros novos. Aí iniciou a fase roqueira mesmo, hard rock e prog de primeira, revistas e edições especiais da Som Três, primeiros LPs, muitas fitas K7 com gravações dos programas do Ricardo Barão e a rádio Bandeirantes que depois virou Ipanema FM.
Nessa fase adotei a “minha” banda, Deep Purple, e cada um dos amigos mais próximos tinha a “sua” banda também, mas nenhum guitarrista era melhor que Ritchie Blackmore, nenhum baterista melhor que Ian Paice ou vocalista melhor que Ian Gillan. Até bem pouco tempo ainda guardava meus 22 discos em vinil deles. A amizade desse grupo foi crescendo cada vez mais, depois do colégio técnico continuamos em contato, formávamos a turma da caixa, pois normalmente nos reuníamos na frente da CEF de Taquara. Os gostos foram diversificando a partir do meio dos anos 80, fui mais para o lado punk, pós-punk, indie. Alguns se aprofundaram nos clássicos do rock, blues, prog, mas todos continuaram na boa música.
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Original de Fabrica, o melhor local dos anos 90, foto minha
Banda que só hoje percebo que nunca gostei é o Black Sabbath, talvez duas ou três músicas passem nunca tive interesse neles, mas disfarçava, pois a maioria dos amigos gosta(va).

Qual o seu show inesquecível, qual o que se arrepende não ter ido e qual o que gostaria de ir mas nunca teve oportunidade, seja pela distância ou até pelo tempo, tipo um show que foi realizado quando era criança ou não era nascido?

Posso dizer que vi os shows que queria ter visto, vi the Cure e Echo and the Bunnymen no auge. Vi R.E.M, Jesus and Mary Chain, New Order, Placebo 2 vezes, Fellini, Strokes, Die Haut com Nick Cave, James, Morrissey, DeFalla, Superguidis, Violeta de outono e mais um monte de dinossauros nacionais e internacionais. Gostaria de ter ido num show do Sonic Youth e do Wedding Present ainda é possível mas pouco provável.
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Echo and the Bunnymen em Porto Alegre, 1987, foto Filipe Varella
Aguardo a oportunidade de ir num show do the National, Vaccines, Splashh e muitas outras novas bandas que me motivem a sair de casa para zunir os ouvidos.
Shows impossíveis; John Coltrane. E Lou Reed nos anos 70, tocando Sweet Jane com aquelas introduções mutantes e totalmente jam session.

Se não pudesse escutar nenhuma banda ou interprete que lançou discos no século passado o que escutaria hoje? E qual a sua fonte de atualização musical?

Nesse quesito não tenho problema. Dizem que a maioria das pessoas tende a consolidar seu gosto musical antes dos 30 anos, eu sempre estou mudando, enjoando e buscando coisas novas. Tive minha fase deprê, fase anárquica, que hoje percebo eram o reflexo musical do meu estado de espírito. Joy Division que já foi, em algum momento, minha banda preferida hoje passa batido. Não gostei muito dos anos 00, mas os 10 estão muito bons, essa gurizada que esqueceu um pouco do rock dos 70/80/90, mergulharam na psicodelia mais leve, temperaram com shoegaze e o bom pop me agradam.
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Eu, de pé, em um registro dos anos 80, foto de alguém da turma
Minhas fontes são qualquer lugar, músicas em filmes sempre me chamam a atenção e o spotify tem sido terreno muito fértil para garimpagens; uso esse blog para conhecer coisa citadas pelo pessoal entrevistado.

Fale umas dez bandas, músicas ou discos que modificaram a tua vida de alguma forma e se quiser descrever como e porquê?

Como sou dono do blog, já pensei em colocar listas imensas aqui, mas vou aproveitar que estou conciso para elaborar uma lista enxuta.
Velvet Underground and Nico (disco): Hoje tenho dificuldades para ouvir como já ouvi antes, mas é inegável que tudo que pode ser considerado indie/alternativo deve muito à eles. Sempre digo que a fórmula secreta para um bom disco alternativo é intercalar canções de ninar com letras polêmicas e músicas com ruídos e microfonia.
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Sister, Sonic Youth (disco): Qualidade de som horrível, abafado. Mas para mim o melhor disco do SY, ruídos, microfonias, potência, tudo bem temperado. Encorpado com taninos e acidez perfeitos, numa linguagem de vinhos.
Psychocandy, the Jesus and Mary Chain (disco): Quem poderia imaginar, em sã consciência, que alguém iria soterrar as doces canções estilo anos 50 e 60 ( Phil Spector) em toneladas de distorções e microfonias. Falei da fórmula secreta, aqui eles não intercalaram, simplesmente misturaram canções de ninar com letras safadas e microfonias.
The Smiths/Morrissey (banda): Nos 80 não escutava tanto, para mim é como um ótimo vinho de guarda, cada vez melhor.
Sex Pistols (banda): Nevermind, bollocks. Se é que me entende?!
Wedding Present (banda): Caras que pronunciam Can Báck e não cãn béck, aquele sotaque proletário britânico, duas guitarras se entrelaçando formando um “moire” sonoro. Guitarras palhetadas como quem descarrega seu dia, de trabalho duro, nelas acompanhado de amigos e cervejas em um pub. Amantes rústicos das coisas certas que existem na vida.
Placebo (banda): O mais pop e mainstream que o lado obscuro, duro e borderline da vida pode ser.
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Alguns shows que fui, muitos não retornavam os canhotos
New order (banda): Não aquele New Order das pistas mais badaladas, aquele das pessoas que gostam de dançar para si. A melancolia que escorre no vocal, as guitarras que se mostram melódicas, low profile, escondidas por trás de ótimos teclados e batidas perfeitas.
James (banda): Nos concursos sempre tem a miss simpatia, para premiar a menina que chama a atenção por outros atributos que não o mais solicitado no momento. Numa visão romântica é a mais querida. James é a minha miss simpatia, além de ser dona da canção minha e da minha esposa (Out to Get You), sempre achei estranho essas história de música do casal, até acontecer comigo, é um história bem legal essa, mas não vou contar aqui.
Manchester ou Madchester (cidade): Factory, Hacienda, the Smiths, Joy Division, New Order, James, Stone Roses, the Fall, Buzzcocks, Inspiral Carpets, the Chameleons, Chemical Brothers, Durutti Column, Happy Mondays, Oasis, quer mais?
Britpop (estilo): É o estilo mais central no meu gosto atual, meu porto seguro. Melodias pop, pessoas inteligentes compondo, referências e citações certas, supra sumo do pop.
Shoegaze (estilo): Esconder a timidez, o descaso, o “nevermind” atrás de distorções e batidas, às vezes, malemolentes.
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Foto que tirei nos anos 90, inspirado na confusão sonora shoegaze
R.E.M (banda): Tinha um ditado, que eu usava na adolescência para o Deep Purple e agora uso para os americanos: R.E.M é banda o resto é conjunto.
There is a light that never goes out (música): A melancolia mais esperançosa de todos os tempos ou seria a esperança mais melancólica?
Divine Comedy (banda): Cheiro de Grã Bretanha, cheiro de interior daquela maldita (fucking blood) ilha, geradora das mais belas canções, cheiro de chá earl grey. Quando ouço tenho um sentimento parecido de quando viajei pelo interior da Inglaterra, País de Gales e Escócia.
Eletrônico: Aqui falo do instrumental mesmo, de pessoas e bandas que sabem se expressar através desse aparato, Kraftwerk, Chemical Brothers, Lali Puna, Moby, Orbital, drum and bass..
Timbres: A todos que sabem escolher o melhor molho para acompanhar os melhores pratos. O timbre certo me provoca sinestesia, seja nas guitarras com sons “enferrujados”, teclados viajantes, baterias trovejantes, contrabaixos musculosos e distorções cortantes.

Toca ou já tocou algum instrumento? Teve alguma banda, mesmo que imaginária, como ela era?

Tive um baixo, nunca soube tocar ou afinar, não tenho ritmo. Usava distorção e baqueta como palheta, mal consegui tirar umas linhas de Joy Division e Violent Femmes.
Tive uma banda chamada Id, de “Aidi” (identificação ou endereço na linguagem tecnológica), ou Id, irmão do ego e superego, o lado primal e instintivo da nossa psique. Ou Id de idiota (espécie de homenagem ao Iggy Pop), mas a razão verdadeira.. homenagem a banda Ideal, bandinha de músicas alemãs da minha cidade.
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Uma possível formação da banda Id, foto minha
Já atacou de DJ ou algo parecido? como foi a experiência?
No máximo atrapalhei algum amigo que discotecava, gostaria muito de colocar música para um pessoal legal algum dia.
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Material de divulgação de uma festa que fizemos no bar Original de Fábrica, foto? Luciano?

Se fosse para participar de uma banda, qualquer uma, qual seria e que instrumento tocaria?

Eu tenho que ter alguma empatia para gostar de uma banda, então tem algumas que gostaria de tocar junto outras só de ser amigo e outras.. tenho até medo de chegar perto. Mas acho que eu gostaria de ser alguns músicos em determinados instantes no palco, como o Simon Gallup, baixista do the Cure, Stephen Morris ou Steve Shelley, bateristas do Joy Division e Sonic Youth respectivamente ou Lee Ranaldo guitarrista do SY.

Que músicas ou estilo embalariam ou embalam tarefas cotidianas ou dias específicos, tipo passear de carro em uma tarde de sábado de primavera? Praticar um esporte radical? atravessar a cidade a pé em uma madrugada de inverno? Coloque outros itens.

Essa pergunta nasceu justamente dessa impressão que tenho ao ouvir LLoyd Cole and Commotions, “uma tarde de sol de primavera”. Para uma madrugada fria e com neblina, algo meio noir, jazz, John Coltrane, Charles Mingus. Para algo mais radical, Sabotage dos Beastie Boys ou Atari Teenage Riot. Para ler livros deitado numa rede, minha atual playlist do spotify, não sei como alguém pode ter uma seleção que me agrade tanto, rs.
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A turma em “uma tarde de sol de primavera” nos anos 80 ou 90, foto minha

Acho que todos gostamos de algumas músicas que não tem muito a ver com a imagem que temos de nós mesmos, que música ou banda não gostaria de ser flagrado ouvindo por uma pessoa que não te conhece ainda? Que poderia criar uma imagem errada do teu gosto?

Acho que foi a pergunta mais mal elaborada por mim. Ela nasceu de uma brincadeira, onde todo o radical, alternativo, acaba gostando de algo fora do esperado. O Jimi Joe, músico, crítico e radialista, por exemplo, brinca com isso ao admitir gostar de Pet Shop Boys. A minha banda escondida na fase radical era Kid Abelha, agora que não sou mais radical não gosto mais deles.
Outra coisa, não gostaria de ser definido por um estilo, surf music, garage band, dark, eletrônico, guitar band. Gosto de muitas coisas e tem uma afirmação bem interessante do músico e crítico Thomas Pappon, entrevistado aqui no blog: -Causo mais surpresa pelo que não gosto do que pelo que gosto. Também me vejo assim, as pessoas acham obvio que eu gosto de algumas coisas, pois escuto outras semelhantes.
Sou chato, quem já ouviu a minha teoria de não gostar de bandas que tem músicos com chapéus grandes e estranhos sabe bem.

Na adolescência qual era o estilo de música que tu achava que estaria ouvindo hoje e qual realmente está?

Nessa questão tenho que rir de mim mesmo, quando comecei a escutar rock, que incluía progressivo, pensava que depois dos trinta eu ia depurar meu gosto e só escutaria jazz e música clássica, algo meio blasé. Tipo sentado em uma biblioteca com um cachimbo e fazendo cara de intelectual enquanto apreciava som “erudito”. Mas continuo escutando tosqueiras , não escuto jazz, muito menos fumo cachimbo.

Números. Quantos discos, cds, dvds, k7 e livros musicais já teve até agora. Indique alguns livros e filmes interessantes sobre música.

Já tive mais de 150 fitas K7, afinal, som portátil era walkman. Tive 400 discos em vinil e tenho uns 600 CDs, DVDs são poucos, não sei se chega a uma dúzia.
Livros são muitos, próximo a 40 , entre biografias e relatos de cenas musicais, sem contar os de cultura pop, onde a música conduz a história.
Filmes.. tem ótimos filmes sobre música, tem ótimos filmes com trilhas fantásticas, mas só tem um filme/livro que é a própria música, é o resumo do que eu queria encontrar com esse blog: -Alta Fidelidade -Livro/adaptação de Nick Hornby, direção Stephen Frears e John Cusak como protagonista, nunca um personagem pareceu tão perfeito para um ator. Não são só as referências musicais, mas todas as fantasias que habitam a cabeça de um consumidor de cultura pop. Onde a música está entranhada e conduz cada fato, momento e ações dessa pessoa.

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Pergunta extra: Oque te irrita na música?

Além da resposta obvia, -As músicas, tenho pavor de coisas melosas. Música tem que passar algum sentimento, qualquer um, raiva, angustia, melancolia, bem estar, mas não aguento músicas açucaradas, tenho diabetes auditiva.
Mas outro ponto que vem me deixando pensativo ultimamente, está relacionado à músicas que gosto. Já falei da empatia com as bandas, e tem algo que vem me incomodando e brincando com o meu senso de coerência. Sempre gostei de músicas mais nervosas e contestadoras, gosto de punk, principalmente do anárquico, que não carrega bandeiras ideológicas panfletárias.
De caras que conseguem expressar a revolta em oposição aos sistemas que vão contra as liberdades individuais, sem cultuar ideologias ou “heróis”políticos. Vejo muitas bandas legais com músicas legais, mas que falam coisas que não concordo, acho as argumentações simplórias e fantasiosas demais, e e isso me incomoda. Por isso prefiro Sex Pistols a the Clash.

domingo, 20 de novembro de 2016

Entrevista Liliana Iribarry

Somos conterrâneos e contemporâneos, não sei se é saudosismos ou se a época era diferente mesmo. Em Taquara, cidade interiorana, sem internet e sem computadores parecia mais conectada com o mundo do que agora, os anos 80 pareciam mais interessados em cultura.

Hoje Liliana administra o grupo spacejunkies dedicado a música prog, psicodélica e eletrônica. E também aos gifs mais descolados e hilários do FB nesse link.

Veja a entrevista:

Acho que todos, em algum momento, percebem que a música é algo além de dançar ou se chacoalhar e veem que ela traz muitas emoções e se fixa na memórias ao longo da vida. Qual a música ou lembrança musical mais antiga que tu tens e qual o primeiro disco comprado com as próprias economias? Fale também qual a música ou banda que fez tu perceber que a música teria uma importância muito grande na tua vida?

O disco do Pink Floyd Atom Heart Mother, a lembrança musical pelo meu tio, eu tinha uns 8 anos e o que me encantava eram as capas dos álbuns, nessa mesma época o primeiro álbum do Black Sabbath. Comprado com o dinheiro da merenda foram dois álbuns do Supertramp , Breakfast in America e o Crime of the Century os quais meu tio disse que eram razoáveis (tinha 13 anos), hoje são considerados obras-primas do gênero Progressivo, lembro que meu tio relacionou a eles — palhaços (tramp). A música para mim, é como respirar , vital, não posso passar um dia sem pensar,ouvir música.

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A função da música pode ser também um modo de socialização, formação de grupos. E nesses grupos pode surgir a identificação com um estilo musical e também a apreciação (de cada membro) de uma banda específica, isso para manter a individualidade de cada um. Teve um grupo de amigos assim? Qual era a “sua” banda e existia algum estilo que não gostava e que outros amigos apreciavam?

A música para mim nem sempre foi algo de sociabilização, mas aquele momento de apenas comigo mesmo, o que me fazia pensar mais que apenas dançar e cantarolar, dificilmente seria pela música que me relacionaria ou interagiria com os outros, nunca para impressionar ou causar, creio que a música sempre teve uma relação entre mim mesma e as fases da minha vida e eu sou um tanto reservada , portanto não seria por bandos ou grupos de amigos e sim algo de satisfação pessoal. A rede me fez interagir mais com pessoas sobre a música e ainda sim optei por pessoas desconhecidas as quais não sinto necessidade de conversar ou ter contato mais pessoal, estranha eu ..talvez ! Mas partilhar meus pensamentos e o que sou a música já o faz por mim

Qual o seu show inesquecível, qual o que se arrepende não ter ido e qual o que gostaria de ir mas nunca teve oportunidade, seja pela distância ou até pelo tempo, tipo um show que foi realizado quando era criança ou não era nascido?

Inesquecível - Roger Waters - The Dark side of the Moon , não pude ir ao show do David Bowie em SP, com minha irmã, pois era casada (sem comentários).

Se não pudesse escutar nenhuma banda ou interprete que lançou discos no século passado o que escutaria hoje? E qual a sua fonte de atualização musical?

Eu já escuto, os clássicos do rock eu utilizo para promover o grupo e minha linha de tempo na rede social, mas atualmente só tenho escutado bandas atuais , nada comerciais no meu país e quase nada conhecidas e inviáveis nas rádios brasileiras. São elas: Shpongle, Ozric Tentacles, Eat Static, Carbon Base Lifeforms, Asura, Aes Dana, Solar Fields, OTT, The Orb, muitas e muitas mais (Younger Brother) etc.. A rede social, o contato com pessoas estrangeiras pelo grupo e pela rede social me faz abrir vários caminhos para o novo gênero eletrônico progressivo .

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Fale umas dez bandas, músicas ou discos que modificaram a tua vida de alguma forma e se quiser descrever como e porque?

Pink Floyd, Yes, Genesis, Jethro Tull, Donovan, E.L.P, Black Sabbath,TOOL, Shpongle, Ozric Tentacles, todas de alguma forma psicodélicas e progressivas, eu não suportaria bandas de extremo metal.

Toca ou já tocou algum instrumento? Teve alguma banda, mesmo que imaginária, como ela era?

Eu apenas fui agente comercial de uma banda.

Já atacou de DJ ou algo parecido? como foi a experiência?

ainda (risos ) não, vontade tenho!

Se fosse para participar de uma banda, qualquer uma, qual seria e que instrumento tocaria?

Tocaria nada — sem aptidão, mas admiro a bateria.

Que músicas ou estilo embalariam ou embalam tarefas cotidianas ou dias específicos, tipo passear de carro em uma tarde de sábado de primavera? Praticar um esporte radical? atravessar a cidade a pé em uma madrugada de inverno? Coloque outros itens.

Todas progressivas ou psicodélicas.

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Acho que todos gostamos de algumas músicas que não tem muito a ver com a imagem que temos de nós mesmos, que música ou banda não gostaria de ser flagrado ouvindo por uma pessoa que não te conhece ainda? Que poderia criar uma imagem errada do teu gosto?

Nenhuma, eu tenho maior orgulho do meu gosto musical, se a pessoa que não me conhece me visse ouvindo algo que ela não curta, isso nem me interessa, ou seja eu ouço música para mim, e não para impressionar seres, pessoas…

Na adolescência qual era o estilo de música que tu achava que estaria ouvindo hoje e qual realmente está?

The Cure, Joy Division (os anos 80’s) sempre me parece ter sido ontem que ouvi.

Números. Quantos discos, cds, dvds, k7 e livros musicais já teve até agora. Indique alguns livros e filmes interessantes sobre música.

Bem são inúmeros LPs, CDs, sendo que alguns foram e não voltaram (apenas a capa) — mas não sou apegada, orque posso ouvir na internet sempre tudo que quero.

Filmes — bem eu não tenho mais visto nada de novo em relação a música que eu curto, e os antigos você me conhece e sabe que foram os mesmos que vimos na adolescência — Blade Runner, Trainspotting, Labyrinth, etc… os filmes atuais estão tenebrosos ou são remakes.

sábado, 24 de outubro de 2015

Entrevista Thiago Zeni

Fomos colegas na altus. O Thiago trabalhava no setor de marketing e hoje é diretor de criação na www.agenciafibra.com.br.

Nunca trocamos grandes diálogos, mas acompanho alguns de seus passos no facebook e todos eles são direcionados na procura de uma vida mais plena e de um mundo melhor. Ele tem alguns projetos interessantes e sempre buscando empreender em coisas legais.

Leia abaixo a entrevista do guitarrista da Automations Band, Thiago Zeni.

Acho que todos, em algum momento, percebem que a música é algo além de dançar ou se chacoalhar, e veem que ela traz muitas emoções, e se fixa na memória ao longo da vida. Qual a música ou lembrança musical mais antiga que tu tens e qual o primeiro disco comprado com as próprias economias? Fale também, qual a música ou banda que fez tu perceber que a música teria uma importância muito grande na tua vida?

Cara, a primeira lembrança que eu tenho sobre experiência musical é até negativa. Eu sempre tive boa memória (o que as vezes é uma maldição… hehe) e, eu deveria ter uns 3 ou 4 anos de idade. Minha mãe comprou um vinil da Sandra de Sá e pra inaugurar largou em um volume extremamente alto a música Joga Fora no Lixo. Eu não gostava muito de barulho e foi um momento meio traumático da minha infância. Mal saberia eu que teria uma banda e ensaiaria em volumes bem mais elevados.

Também lembro, de domingos pela manhã, acordar bem cedo pra tomar café e já encontrar meu vô escutando música nativista gaúcha, como Canto Alegretense, e Guri, acho que Cesar Passarinho, mas acho uma música linda.

Quanto ao CD, eu não tive muitas influencias familiares na formação pelo meu gosto musical. Até 95, por aí, consumia todo o tipo de produto que a televisão me empurrava, além de não ter um aparelho de CD. Quando compramos um CD Player, juntei a mesada e comprei o já disco póstumo dos Mamonas Assassinas. Eu ganhei o aparelho na mesma semana que os caras morreram.

Mas a primeira música que mudou minha percepção sobre o tema chegou a mim pelo clipe. Em 96 assinamos TV a cabo e eu conheci a MTV. Num sábado qualquer assisti ao programa Top20 Brasil e vi um clipe da música Falling Love (is hard on the knees), do Aerosmith. O disco era o Nine Lives e tinha uma pegada bem mais pesada dos sons que eu consumia… um aspecto meio sujo na musicalidade, além do vocal rasgado do Steven Tyler. Embora hoje eu reconheça que o CD é altamente produzido, ele teve um efeito de me mostrar que existia algo além do que a grande mídia nos empurrava, que era o Sertanejo e o Pagode. A partir dali, comprei o CD e furei de tanto ouvir em repeat. Hoje eu nem sou um grande fã do Aerosmith, mas guardo com muito carinho a banda por ter aberto as portas do rock n’ roll e o blues, além de me incentivar a aprender inglês para aprender o que diziam as letras.

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A função da música pode ser também um modo de socialização, formação de grupos. E nesses grupos pode surgir a identificação com um estilo musical e também a apreciação (de cada membro) de uma banda específica, isso para manter a individualidade de cada um. Teve um grupo de amigos assim? Qual era a “sua” banda e existia algum estilo que não gostava e que outros amigos apreciavam?

No segundo grau, pra mim que vivi a época do pós-grunge, existia meio que uma divisão entre quem curtia rock e quem gostava de outros sons. Lembro que era muito clássico usar camisas pretas (que fediam horrores) com estampas dos discos ou bandas. Boa parte do meu ciclo de amizade mais antigo veio dessa divisão. Nos anos 90, como não existia internet, trocávamos CDs ou gravávamos as fitas e compartilhávamos em meio físico. Acho legal comentar isso porquê o acesso à música era bem difícil e mesmo assim acontecia e acabava juntando o pessoal. Dentro desse pessoal, tinha gente que curtia uma pegada mais 70, com Led e The Who. Outra galera que ia pro punk, com Ramones e Misfits, além do Grunge, que foi um movimento da minha geração. Até hoje, com menos tempo, mantenho contato com esse pessoal e é legal ver como os gostos amadureceram.

Eu não sei se eu posso dizer que eu tive uma banda preferida. O Aerosmith me levou ao Led, que me levou aos Stones e Beatles, que me empurraram pro blues que me levava ao Hendrix que ia ao Kiss e assim sucessivamente. Acho que é mais justo dizer que o rock, principalmente 70 e 80, falam comigo melhor que uma banda só.

Qual o seu show inesquecível, qual o que se arrepende não ter ido e qual o que gostaria de ir mas nunca teve oportunidade, seja pela distância ou até pelo tempo, tipo um show que foi realizado quando era criança ou não era nascido?

Eu tive muita sorte de estar bem empregado e já formado entre 2009 e 2014, que vieram shows espetaculares para o Brasil. Isso me possibilitou realizar muitos sonhos de ver bandas sensacionais ao vivo. Tive a chance de assistir U2, Pearl Jam, Foo Fighters (duas vezes), Aerosmith, Slash, John Butler Trio, Dave Matthews Band, Muse, Jack Johnson, Eric Clapton, Deep Purple, além do único cara que me fez chorar em um show, o Paul McCartney. Mas o show mais sensacional, disparado, foi o AC/DC em Buenos Aires. Foi tudo muito legal: uma viagem com amigos, uma performance de palco surreal, além de conhecer uma capital muito bacana. E o show virou um DVD.

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Me arrependo muito de não ter ido nos shows do Kiss, em Porto Alegre. Nem sou um grande fã da banda, mas além da música, acredito que um show bom se dá entre a coerência de musicalidade e espetáculo e, nesse quesito, eles ainda são uma referência.

Da minha lista de shows possíveis, tem 2 que ainda quero assistir: Rolling Stones e, com sorte, um Led Zeppelin, mesmo sem o Bonhan. Como sou guitarrista, ainda presto reverência ao Jimmy Page. Os que gostaria de ter assistido e não consegui, talvez o show do Ramones, de 94. Eu nem curtia a banda nessa época, mas quase não acredito que eles vieram para o estado e eu nem tive a chance de comprar os ingressos.

Se não pudesse escutar nenhuma banda ou interprete que lançou discos no século passado o que escutaria hoje? E qual a sua fonte de atualização musical?

Hoje tem tanta banda lançando sons que, confesso, não tenho muita paciência pra buscar novas fontes. É um grande erro e até me envergonho por isso, mas tudo me soa tão igual que acho realmente difícil ver alguém acima da média. Pra me atualizar uso o método old school de perguntar pra amigos. Vez que outra uso a sessão "descobertas", do Spotify, mas as opções não são lá grandes coisas. Mas ainda assim há gente muito boa fazendo coisas muito boas. Não com a mesma força de antigamente, mas com muita originalidade. John Butler Trio, da Austrália, é um grande exemplo. O cara faz uma mistura de timbres, ritmos e instrumentos que eu acho muito legal. Jet, também da Austrália foi uma banda que eu consumi bastante, mas acabou há uns 3 anos, e até hoje escuto os discos dos caras pela pegada rock n' roll.  O Slash fez ótimos trabalhos em carreira solo. Gosto muito do John Mayer Trio, que faz um blues de primeiríssima e do Muse, pela forma que constroem as músicas e pelos efeitos que usam. No Brasil, as bandas ou caem pra um lado papa-níquel ou viram uns chatos. Acho que o Teatro Mágico é uma grande banda, mesmo independente.

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Fale umas dez bandas, músicas ou discos que modificaram a tua vida de alguma forma e se quiser descrever como e porque?

  • Mamonas Assassinas, por ser a primeira compra;
  • Aerosmith, Nine Lives, por ser a abertura da minha cabeça pra um gênero apaixonante;
  • Michael Jackson, porque até hoje acho genial a mistura do Pop com pegada de funk, groovie e rock;
  • Led Zeppelin, que me fez tentar tirar as linhas de guitarra;
  • Guns n' Roses, por quê sou fanzaço do Slash;
  • Beatles, por que sim (hehe);
  • O Teatro Mágico, que com a mistura de música e poesia me ajudaram muito em um momento bem difícil da minha vida;
  • Foo Fighters, que eu escuto pelo menos uma vez por semana pra dar um gás na motivação e, pra mim, é o último respiro do rock que eu consumia e já não existe mais;
  • Green Day (Dookie), que deve ser o disco que eu mais ouvi quando guri e dá uma saudade quando escuto novamente;
  • E, embora não seja um grande fã hoje, o disco Música para Acampamentos, do Legião, foi bastante consumido entre meus 13 e 15 anos.

    Toca ou já tocou algum instrumento? Teve alguma banda, mesmo que imaginária, como ela era?

    Sim. Toco (ou tento) guitarra. Tive poucas bandas, porque nunca foi minha atividade fim e isso fez com que eu não me desenvolvesse no instrumento tanto quanto gostaria. A primeira era pura diversão e nada de qualidade. A segunda tinha qualidade, mas não tinha um clima legal… A que eu toco hoje, Automations Band, que foi montada de brincadeira, é a que melhor consegue juntar as duas coisas: tocamos bem (segundo quem já viu um show nosso) e nos divertimos. Pra mim ela funciona como uma terapia, já que não posso mais jogar futebol. É bem provável que eu precise mais dela do que ela de mim.

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    Já atacou de DJ ou algo parecido? Como foi a experiência?

    Não. No máximo separei uma playlist e coloquei a rodar. A experiência, neste caso, foi ótima. Só tocou músicas que eu gosto!

    Se fosse para participar de uma banda, qualquer uma, qual seria e que instrumento tocaria?

    Eu gostaria muito de saber cantar. Faço vocais na Automation em algumas músicas, mas é muito mais gritado do que cantado. Sempre ouvi dizer que o instrumento mais difícil e complexo é a voz e, confesso, gostaria muito de ter técnica e saber utilizar a minha.

    Que músicas ou estilo embalariam ou embalam tarefas cotidianas ou dias específicos, tipo passear de carro em uma tarde de sábado de primavera? Praticar um esporte radical? Atravessar a cidade a pé em uma madrugada de inverno? Coloque outros itens.

    Tudo depende do meu humor. Tenho escutado muito podcast sobre temas variados no carro, por exemplo. Pra fazer um exercício físico, preciso de sons meio motivacionais, um flerte entre hard rock e hardcore. Foo Fighters é sensacional pra dar aquela sensação de superar uma barreira e se esforçar um pouquinho mais. No playlist do meu carro tem de tudo, mas geralmente, à noite, prefiro sons que flertam entre o blues e o soul. B.B. King, John Meyer, Santana… já no caso de embarcar pra praia, pra não dar briga com quem vai de carona, deixo rolar aleatório.

    Acho que todos gostamos de algumas músicas que não tem muito a ver com a imagem que temos de nós mesmos, que música ou banda não gostaria de ser flagrado ouvindo por uma pessoa que não te conhece ainda? Que Poderia criar uma imagem errada do teu gosto?

    Eu penso que música é momento, sabe. Mas confesso que pra mim vai tudo da originalidade da coisa. Eu sei que o rock, hoje gênero de nicho, já foi pop. Se não tivesse sido pop é bem provável que hoje eu nem o conhecesse. Só que dentro dos gêneros do momento, existem sempre movimentos originais e movimentos focados na monetização e é muito claro isso. Não gosto de samba, mas se um dia me flagrarem ouvindo um Demônios da Garoa, um Martinho da Vila, eu não me envergonharia… nos meus artistas mais executados do Spotify tu encontras o Luiz Marenco. Eu não conheço quase nada de música nativista gaúcha e realmente não gosto da música só pra dançar, mas percebo no cara algo além disso… seja por letra ou interpretação…. Agora, se um dia tu me ver cantando alguma música do Belo, certamente me mudaria pro Nepal e viveria recluso em um templo budista pra buscar autoconhecimento.

    Na adolescência qual era o estilo de música que tu achavas que estaria ouvindo hoje e qual realmente está?

    Eu tive um professor no curso técnico de publicidade que disse uma vez que as mulheres definiam seu gosto musical quando adolescentes e os homens só depois dos 25 anos, pois não tinham maturidade, quando jovens, pra ter um gênero definitivo. Eu achei ele (e acho até hoje) um grande babaca por essa declaração. Eu ainda curto tudo que curtia antigamente, porém, parece que tem outro sabor. O rock e o blues ainda são minha fonte de consumo principal. Só tem algumas pitadinhas de pop que eu fiquei mais tolerante. Penso que aprendi a respeitar, inclusive, gostos diferentes do meu, coisa que quando mais novo não acontecia…. Acho que a única diferença é que não escuto exatamente as mesmas bandas ou artistas, até porque hoje o acesso a outras é muito mais fácil.

    Números. Quantos discos, CDs, DVDs, k7 e livros musicais já teve até agora. Indique alguns livros e filmes interessantes sobre música.

    Bah, essa é difícil. K7 original nenhum, mas gravados do rádio ou de amigos, certamente mais de 100. Discos de vinil, infelizmente não tive nenhum meu. CDs, em função de espaço, acabei dando vários pra primos, amigos mais novos, na tentativa de influenciar eles pro que eu considero bom caminho, mas posso dizer tranquilamente que tive mais de 200 CDs, por que gastava a mesada e primeiros salários nisso. DVDs de shows devo ter aproximadamente uns 40, fora os arquivos digitais de shows mais novos, em HD, que ocupam um belo espaço no HD e nos Backups.

    Quanto a livros, gosto muito de um com as melhores entrevistas da Rolling Stone. Não tem só música lá, mas tem várias entrevistas com Bowie, Lennon, e Dylan que são épicas. Gosto muito de Biografias… no momento estou lendo a do Clapton e é bem legal entender como ele chegou a ser quem é. Antigamente tinha lido o livro Mate-me por favor e até hoje não sei se gosto ou não dele.

    Já nos filmes, tenho em casa o DVD do Tommy, do The Who e acho sensacional. Não gosto de musicais, mas tem dois que acho muito bons, que são Mama Mia, com canções do Aba e Across the Universe, dos Beatles. Como guitarrista, acho sensacional o documentário It might get Loud, que mostra como diferentes músicos compões e o Sound City, que mostra a vida de um estúdio e a importância dele pra cena rock. Além disso, clássicos como a Escola do Rock, Rock star e Quase famosos, que vira e meche eu paro pra assistir novamente. Tem também o August Rush, (não sei o nome em português) que acho sensacional pois ilustra como a música boa pode ligar pessoas.

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    Faça duas ou mais perguntas para si mesmo a respeito de música e responda.

    Gostaria de seguir carreira como músico, ter uma grande banda e fazer sucesso?

    Não. Música pra mim é um hobbie, diversão e, às vezes, um estado de contemplação. Trabalhar com isso, por mais encantador que possa parecer vendo de fora, certamente me faria encontrar algumas barreiras pra não ouvir os sons de cabeça aberta como o faço atualmente.

    Qual o legado da música pra tua vida?

    Quando se gosta de alguma coisa é impossível não tirar proveito dela. Conheci muitas pessoas por afinidade musical, repensei muitas vezes a minha atitude em determinadas situações por lembrar de alguma dica intrínseca em alguma letra e, talvez de mais objetivo e prático, a música me impulsionou e facilitou o aprendizado de um novo idioma. Minhas influências são maioria de língua inglesa e hoje, se falo um pouco desse idioma é em função de curtir os sons e descobrir o que eles queriam dizer.

  • quarta-feira, 19 de agosto de 2015

    Entrevista Vinicius

    O Vinicius é colega da firma e já trabalhamos juntos em dois projetos, de cara dá para perceber seu gosto pela música através de camisetas de bandas, ele também faz parte da banda, que foi criada por funcionários, na empresa que trabalhamos a Automations Band. Veja abaixo a entrevista com o Vinicius.

    Acho que todos, em algum momento, percebem que a música é algo além de dançar ou se chacoalhar e veem que ela traz muitas emoções e se fixa na memórias ao longo da vida. Qual a música ou lembrança musical mais antiga que tu tens e qual o primeiro disco comprado com as próprias economias? Fale também qual a música ou banda que fez tu perceber que a música teria uma importância muito grande na tua vida?

    Acho que o meu primeiro contato com a música foi com o Mamonas Assassinas. Na época eu era um piá de apenas 7 anos, mas foi quando comecei a perceber que música era legal. Adorava sair cantando em voz alta as músicas deles na rua, mercados ou mesmo em shoppings, todo orgulhoso de saber as letras (coitado, não fazia ideia de o que as letras diziam de verdade e por que as professoras odiavam a banda).

    Até o fim da minha pré-adolescência passei por uma fase musicalmente obscura em que eu aceitava qualquer lixo que o rádio me empurrava, e isso vai desde músicas dance até pagode. Costumava gravar em fitas K7 os maiores hits dance da Jovem Pan. Mas ao menos tirei uma banda boa desta época, o Legião Urbana, do qual virei fã um tempo depois.

    Conforme fui crescendo comecei a gostar de bandas punk rock/pop rock como Green Day, Offspring e Raimundos, e não tenho certeza, mas acho que o primeiro CD que comprei foi o “Só no forevis” do Raimundos ou “Warning” do GreenDay. Por essa época comecei a reparar mais na sonoridade das músicas, reparar em cada instrumento, e comecei a me identificar muito com o som do baixo, porém nunca tive um, pois não tinha condições de comprar e ainda não estava certo se queria começar direto com o baixo ou primeiro com um violão. Junto a esta indecisão, na época os colegas de aula de mesma idade não haviam despertado interesses pela música, então não tinha nem com quem tocar.

    Já na adolescência, no ensino médio mudei para um colégio no centro de Novo Hamburgo, onde fiz amizades com pessoas que tinham gostos musicais mais variados, amigos que guardo até hoje. Com estas pessoas conheci mais a fundo a essência do Rock’n’Roll e duas de suas grandes vertentes, o grunge e o metal. Do grunge me agradava o jeito largado dos fãs do gênero, mas no metal foi onde me encontrei. A partir daquele ano, 2004, deixei o cabelo crescer (e sigo sem cortar até hoje), e o que escuto hoje em dia ainda vem desta vertente. Acredito que Metallica e Pantera foram as minhas primeiras paixões no metal. O CD Black do Metallica foi o meu primeiro do gênero, que ganhei de um primo no meu aniversário de 16 anos.

    Logo descobri bandas de metal melódico e Power Metal como Rhapsody, Sonata Arctica e Stratovarius, e bandas brasileiras de White Metal como Eterna e Holy Sagga que despertaram em mim o fascínio por um instrumento que nos outros estilos eu não percebia, o Teclado. O interesse pelo baixo nessa época ainda existia, mas aí um daqueles meus novos amigos vendo a minha indecisão e interesse pelos dois instrumentos me falou algo que fez com que eu decidisse de vez. Disse ele: “Cara, baixista tem às pencas em NH, mas tecladista não existe aqui. Se tu optar pelo teclado tu entra pra minha banda”. E foi assim que me tornei um tecladista.

    Alguns anos depois, ainda tocando com este amigo que me chamou para sua banda, entrei em uma sociedade com mais 3 camaradas e montamos um estúdio para ensaios em Novo Hamburgo, talvez foi o melhor estúdio que a cidade já teve (o mais espaçoso com toda a certeza), mas durou pouco tempo a sociedade e o Studio Scions encerrou as atividades com pouco mais de 1 ano de existência, isso lá por 2009 ou 2010.

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    Studio Scions em Novo Hamburgo

    Hoje tenho a música apenas como hobby. Toco em uma banda de Rock com colegas e ex-colegas da Altus, a Automations Band, onde tocamos, na maior parte das vezes, para realizar trabalhos filantrópicos arrecadando doações para entidades carentes. Tenho também uma banda de Symphonic/Power Metal, a Mystify, com influências principais de Nightwish e Epica e que está na ativa já a 5 anos. E o tipo de som que mais escuto no dia-a-dia é o metal progressivo, tendo a banda Dream Theater e seu tecladista Jordan Rudess como meus maiores ídolos, mas sempre ouvindo também algo de Opeth, Pain of Salvation e algumas bandas jent.

    2) A função da música pode ser também um modo de socialização, formação de grupos. E nesses grupos pode surgir a identificação com um estilo musical e também a apreciação (de cada membro) de uma banda específica, isso para manter a individualidade de cada um. Teve um grupo de amigos assim? Qual era a “sua” banda e existia algum estilo que não gostava e que outros amigos apreciavam?

    Acho que me empolguei no item 1 e acabei respondendo já ao item 2 hahaha.

    3) Qual o seu show inesquecível, qual o que se arrepende não ter ido e qual o que gostaria de ir mas nunca teve oportunidade, seja pela distância ou até pelo tempo, tipo um show que foi realizado quando era criança ou não era nascido?

    Todo show por algum motivo acaba sendo inesquecível, seja pela qualidade sonora, pela performance da banda no palco, pelas companhias no dia ou até mesmo pelo show ter sido ruim. Os shows mais inesquecíveis que fui foram: O show do Dream Theater de 2012 em Poa, primeira vez que os vi ao vivo e última com a presença da lenda viva Mike Portnoy nas baquetas; o show do Helloween em 2009 em Poa, onde tive a felicidade de pegar uma das abóboras de plástico, símbolo da banda, que tocaram ao público; e o show do Sonata Arctica em POA este ano (2015), pois passei 10 anos esperando para poder ver o show destes caras e embora sua sonoridade tenha mudado muito neste tempo, ainda assim o show foi incrível.

    DREAM-THEATER

    O show que eu sempre amargurei não ter ido foi o dos Raimundos no Planeta Atlântida de 2001. Na época eu respirava Raimundos, mas não tinha idade para entrar neste evento, e no mesmo ano o vocalista Rodolfo deixou a banda, acabando com o meu sonho da época de ver um show deles ao vivo. Para mim a banda acabou com a saída dele.

    4) Se não pudesse escutar nenhuma banda ou interprete que lançou discos no século passado o que escutaria hoje? E qual a sua fonte de atualização musical?

    Bom, eu sou um cara “novo” (é o que me disseram) e acompanho bandas não tão antigas, então isso não seria um grande problema pra mim hahaha.

    O metal progressivo é um estilo ainda em ascensão, com representantes de praticamente 30 anos (o próprio Dream Theater) e que ainda estão na ativa, então sou felizardo de poder curtir muita coisa nova e de qualidade.

    Minha maior fonte de atualização é o Spotify, onde conheci ótimas bandas ou sons novos de bandas já conhecidas como Haken, Soen, Riverside, Persefone, Amon Amarth, Tyr, e por aí vai.

    5) Fale umas dez bandas, músicas ou discos que modificaram a tua vida de alguma forma e se quiser descrever como e porque?

    Mamonas Assassinas – Primeiro contato com a música;

    Raimundos – Primeiro interesse por instrumento;

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    Legião Urbana – Me acompanhou em muitos momentos da vida. Tenho toda a discografia em CDs originais;

    The Doors e AC/DC – Descobri a sinuca com eles hehehe;

    Sonata Arctica – Banda que me levou a tocar o instrumento que toco hoje (teclado), e que foi tema de um grande amor que vivi no passado;

    Dream Theater – Banda da qual sou fã incondicional e nunca canso de ouvir;

    Nightwish – Banda que é a influência principal da minha banda Mystify.

    Children of Bodom – Banda que me fez quebrar um paradigma sobre bandas com vocais rasgados ou guturais. Os rifs de teclado dessa banda são ótimos.

    6) Toca ou já tocou algum instrumento? Teve alguma banda, mesmo que imaginária, como ela era?

    Já comentei do teclado, mas não comentei que também tenho uma bateria eletrônica e um violão. Não sei tocar nenhum dos dois, mas é legal ter pra receber os amigos em casa hahahah.

    7) Já atacou de DJ ou algo parecido? como foi a experiência?

    Acho que o mais próximo disso foi a minha experiência com o estúdio, ajustando e equalizando a mesa de som para as bandas clientes hehe.

    8) Se fosse para participar de uma banda, qualquer uma, qual seria e que instrumento tocaria?

    Eu gostaria muito de saber tocar bateria e tocar com qualquer banda de Prog, eita instrumento que me fascina. Mas como tecladista seria uma honra substituir o Henri no Sonata Arctica e me mudar pra Finlândia.

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    Vinicius, primeiro a esquerda e a banda Mystify

    9) Que músicas ou estilo embalariam ou embalam tarefas cotidianas ou dias específicos, tipo passear de carro em uma tarde de sábado de primavera? Praticar um esporte radical? atravessar a cidade a pé em uma madrugada de inverno? Coloque outros itens.

    Vamos lá, para dias deprê, tardes chuvosas e solitárias: Legião Urbana.

    Pegar estradas longas, sentar o pé no acelerador: Firewind, ou power metal em geral.

    Se estiver como passageiro nessa viagem: prog metal e jent.

    Para “dar uns amassos”: Type O Negative.

    Se preparar para encarar uma barra pesada: Pantera.

    Para estudar: qualquer Prog instrumental, daí não me distraio com as letras.

    Narguilé time: Opeth, Pain of Salvation, Haken...

    Para todas as situações citadas e para qualquer outra: Dream Theater, pois um Dream sempre cai bem, e sempre há alguma música deles que se encaixe em qualquer situação.

    10) Acho que todos gostamos de algumas músicas que não tem muito a ver com a imagem que temos de nós mesmos, que música ou banda não gostaria de ser flagrado ouvindo por uma pessoa que não te conhece ainda? Que poderia criar uma imagem errada do teu gosto?

    Não dou muita bola para o que pensam de mim, caso contrário não teria o cabelo comprido até hoje. Mas fora da linha metal, acho que o mais diferente do meu estilo é o Legião Urbana mesmo.

    11) Na adolescência qual era o estilo de música que tu achava que estaria ouvindo hoje e qual realmente está?

    Foi na adolescência que conheci o Heavy Metal, não fugi muito das minhas origens, mas talvez não imaginaria que hoje estaria gostando de bandas como Children of Bodom ou Amon Amarth. Ou ainda Pain of Salvation, que já cheguei a odiar por ter de esperar um show de 3 horas deles pra poder ver o show do Symphony X que vinha em seguida. Hoje aguardo por um novo show deles.

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    Vinicius no teclado na Automations Band

    12) Números. Quantos discos, cds, dvds, k7 e livros musicais já teve até agora. Indique alguns livros e filmes interessantes sobre música.

    Gosto de ter a mídia física e de vez em quando passo na loja Jam Sons Raros, em Novo Hamburgo, e acabo comprando uma pilha de Cds usados. Livro musical tenho apenas um, a biografia do Metallica por Mick Wall. Gosto de saber como as coisas aconteceram até a banda estourar, mas sinto mais prazer com livros de ficção como os do J.R.R. Tolkien e André Vianco, que predominam na minha mini biblioteca.

    Não faço ideia do tamanho da coleção de CDs, mas sei que é maior que a de livros e menor que a de garrafas de cerveja. Hehehe.

    Faça duas ou mais perguntas para si mesmo a respeito de música e responda.

    Algum arrependimento até aqui com a música?

    Gostaria de ter começado a tocar mais cedo. Quanto mais velho, mais dificuldade de aprendizado temos, e logo que eu aprendi o básico no teclado já comecei a trabalhar e estudar em simultâneo, logo, apesar de tocar a 10 anos, não tenho uma habilidade condizente com esse tempo todo de experiência. Nunca pretendi viver de música, mas sentiria ainda mais prazer em tocar se tivesse uma habilidade maior.

     

    segunda-feira, 29 de junho de 2015

    Entrevista Fernando Andriola

    Conheço o Fernando lá da Altus. Sempre fico atento as conversas dos colegas e fico pescando se falam algo em relação a algum dos meus interesses, música, cinema, literatura. Logo vi que o Fernando tinha grande afinidade com música e admiração e respeito especial  para com a guitarra. Temos alguns pontos em comum, somos de cidades vizinhas, ele é de São Francisco de Paula e estudou no mesmo colégio que eu, só que, com mais de uma década de diferença.

    Foto02

    1) Acho que todos, em algum momento, percebem que a música é algo além de dançar ou se chacoalhar e veem que ela traz muitas emoções e se fixa na memórias ao longo da vida. Qual a música ou lembrança musical mais antiga que tu tens e qual o primeiro disco comprado com as próprias economias? Fale também qual a música ou banda que fez tu perceber que a música teria uma importância muito grande na tua vida?

    Na verdade não lembro muito da primeira música. Minhas influencias musicais vieram dos meus irmãos mais velhos. Meu primeiro contato com a música foi com um disco dos Titãs, Cabeça Dinossauro, que meu irmão João comprou. Antes disto, algumas vezes escutava uma fita K-7 da minha irmã que tinha umas músicas da Legião Urbana.

    Nessa época, acho que eu tinha uns 6 anos, formei minha primeira banda com o meu irmão. Ensaiávamos em um galpão no fundo da casa dos meus pais. Minha guitarra era uma vassoura e a bateria do João eram várias latas de tinta, aproveitamos que a casa havia sido recém pintada. Tínhamos uma música chamada Prisão. A letra era mais ou menos assim: “Pessoas varrendo casas, varrendo ruas, isto não se chama prefeitura. Isso se chama prisão”. Influência pura do Cabeça Dinossauro. Nossa vizinha vinha até a cerca e nos comprava com balas para que parássemos de tocar e o sobrinho dela, de um ano de idade, pudesse dormir a tarde.

    É engraçado mas existe um gap entre esta época e a minha adolescência. Parece que em determinado período não escutei nada e não lembro de nada. Na adolescência conheci Sepultura e Megadeth. Mudou totalmente minha forma de pensar, meu estilo e meus gostos musicais. Acho que a música que marcou esta época foi Chaos AD.

    Meu primeiro CD, comprado com minhas economias, foi um Megadeth ao vivo na Argentina. Da mesma forma que escutava estas bandas, comecei a gostar de Blues. Lembro muito bem quando vi o Andreas Kisser (Sepultura) com uma guitarra preta com bolas brancas idêntica a do Buddy Guy.


    2) A função da música pode ser também um modo de socialização,
    formação de grupos. E nesses grupos pode surgir a identificação com um
    estilo musical e também a apreciação (de cada membro) de uma banda
    específica, isso para manter a individualidade de cada um. Teve um
    grupo de amigos assim? Qual era a “sua” banda e existia algum estilo
    que não gostava e que outros amigos apreciavam?

    Meu grupo de amigos era muito musical. As influências começavam no Punk e iam ao Metal. Eu era o único bluseiro do grupo. Nesta época estávamos escutando muito Pantera. O disco Vulgar Display of Power marcou muito. Tínhamos umas fitas VHSs que circulavam entre os amigos. Essas fitas eram vistas no mínimo uma vez por final de semana com algum acompanhamento etílico. Nesta fase eu não gostava de grunge, estilo que mais me identifiquei posteriormente.

    Como morávamos em São Chico sem internet e sem condições de comprar muitos discos, buscávamos informações de pessoas (mais velhas) que tinham discos que ainda não tínhamos ouvido. A estratégia era a seguinte. Bater na porta desta pessoa ao meio dia de domingo. Certo que estaria em casa. O discurso era: “Fiquei sabendo que tem o disco tal. Pode me emprestar até o final do dia para gravar um K-7?”. Normalmente isto dava muito certo.

    Depois disso era descer a serra para Taquara (estudar no CIMOL) escutando o walk man. Que saudade daquele tempo.

    Eu não gostava muito de Canibal Corpse e algumas pessoas do grupo estavam escutando direto. Mas sempre rolava, nos encontros, os sons que mais gostava. Então não dava muita bola para isso.

    É engraçado como a música divide grupos. Éramos conhecidos como a “turma do mal”. Não porque fazíamos coisas ruins, mas porque usávamos cabelos compridos e soltos, camisetas e jeans surrados. Eu me espelhava muito no Max Cavalera e no Dave Mustain. Até hoje uso tênis puma (basket) por causa do Mustain.

    Dave Mustaine RO055


    3) Qual o seu show inesquecível, qual o que se arrepende não ter ido e
    qual o que gostaria de ir mas nunca teve oportunidade, seja pela
    distância ou até pelo tempo, tipo um show que foi realizado quando era
    criança ou não era nascido?

    Sinceramente hoje não tenho nenhum show inesquecível. Até o ano de 2014.

    Sempre quis ir em um show do Queens Of The Stone Age. As vezes que tocaram no Brasil foram em festivais com outras bandas junto. Teve um SWU que gostaria de ter ido vê-los mas não fui. Em 2014 fui em São Paulo (turnê Like a Clock Work).
    Fui em um show do Peral Jam em Porto Alegre em 2006, eu acho. Foi muito bom também!

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    4) Se não pudesse escutar nenhuma banda ou interprete que lançou
    discos no século passado o que escutaria hoje? E qual a sua fonte de
    atualização musical?

    Sou muito fã do Queens of The Stone Age. Tenho certeza que se morasse perto do Josh Homme teria algum projeto musical com ele. Escuto muitas coisas. Tem um disco (Hein) da Ana Cañas que gosto muito.

    Costumo dizer que o Rock and Roll mudou a minha vida e o Blues mudou a minha alma.

    Acho que o You Tube foi a maior invenção do planeta. Sempre estou ligado em vídeos e músicas. Muito diferente dos anos 90, por exemplo.

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    5) Fale umas dez bandas, músicas ou discos que modificaram a tua vida
    de alguma forma e se quiser descrever como e porque?

    Sepultura – Primeira ou segunda banda.

    Megadeth – Segunda ou primeira banda.

    Buddy Guy – Sentimento puro. Dançava tocando. Muito legal.

    Pantera – Escutei durante algum tempo.

    Alice in Chains – Mudaram muita coisa. Faziam um som diferente.

    Pearl Jam – Ótimos músicos.

    Queens Of The Stone Age – Gostaria de tocar nesta banda.

    Stone Temple Pilots – Muito legal.

    Jimi Hendrix - are you experienced

    6) Toca ou já tocou algum instrumento? Teve alguma banda, mesmo que
    imaginária, como ela era?

    Gosto muito de tocar, apesar de andar meio parado nos últimos tempos.

    Meu primeiro instrumento foi um violão. Bem ruim por sinal. Mais tarde herdei uma guitarra do meu irmão mais velho. Um pouco diferente do violão, a guitarra era muito ruim (kkkk).

    Consegui comprar minha primeira guitarra aos 22 anos. Comprei uma guitarra com um bom custo benefício. Não foi a mais TOP de linha. Mas com certeza um bom instrumento. Logo depois vieram o baixo e a bateria.

    Tive inúmeros projetos de banda. Apenas um foi mais duradouro.

    A primeira banda que toquei chamava-se TrasT. Uma banda com influencias bem diversas. Tocávamos as músicas preferidas de cada integrante da banda. Por exemplo, 3 músicas que eu gostava, 3 que o outro guitarrista gostava, 3 que o vocalista gostava e assim por diante. O gosto do vocalista sempre tinha prioridade em virtude da afinação e tom vocal... Nosso repertório ia de Sepultura a Replicantes. Ensaios nas sextas a tarde. Cada sexta na casa de um integrante. Muito legal.

    Depois disto, fiz algumas participações nas bandas dos amigos. Mas nada muito sério.

    Um tempo depois montamos a Ballantines, esta banda durou por 10 anos mais ou menos. Decidimos criar um repertório com um estilo musical comum para todos os integrantes em virtude de cada um possuir um diferente. Optamos pelo Grunge em função de todos terem nascidos nos anos 80 e vivido a adolescência nos 90. Chegamos a ter 53 músicas no repertório e tocávamos quinzenalmente na Casa Etílica em São Francisco de Paula. Nosso repertório era composto por Alice in Chains, Pearl Jam, Stone Temple Pilots, Mad Season, Nirvana, Temple Of The Dog e Queens Of The Stone Age, basicamente. Uma das fases mais felizes da minha vida!

    Em paralelo sempre tive projetos de bandas de Blues. Nunca consegui ter uma banda de Blues. Nunca foi para frente. Estou apostando em montar uma banda com a minha filha!

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    7) Já atacou de DJ ou algo parecido? Como foi a experiência?

    Sim. Acho que uma única vez na adolescência, acabou sendo meio frustrante porque a festa estava rolando e eu coloquei um Barão Vermelho para tocar. Todo mundo curtiu muito mas depois coloquei um Blues e todo mundo achou péssimo.

    Na verdade eu estava colocando músicas que eu queria escutar. Acabei esquecendo que estava em uma festa e que deveria colocar músicas para as pessoas e não para mim.

    Mas foi engraçado.

    8) Se fosse para participar de uma banda, qualquer uma, qual seria e
    que instrumento tocaria?

    Resposta rápida...

    Queens Of The Stone Age, guitarrista.

    9) Que músicas ou estilo embalariam ou embalam tarefas cotidianas ou
    dias específicos, tipo passear de carro em uma tarde de sábado de
    primavera? Praticar um esporte radical? atravessar a cidade a pé em
    uma madrugada de inverno? Coloque outros itens.

    Andar de carro: Audioslave (rock and roll para animar)

    Esporte: Gosto de colocar no play list aleatório (O que tenho escutado é Pearl Jam, Ana Cañas e Mad Season)

    Atravessar a cidade na madrugada de inverno: Queens Of The Stone Age

    Andar de metrô: Jimi Hendrix, Buddy Guy

    Supermercado: O mesmo play list que uso para esportes

    10) Acho que todos gostamos de algumas músicas que não tem muito a ver com a imagem que temos de nós mesmos, que música ou banda não gostaria de ser flagrado ouvindo por uma pessoa que não te conhece ainda? Que poderia criar uma imagem errada do teu gosto?

    Bah. Pergunta difícil. Hoje com o Youtube, fico pesquisando várias bandas e como uma janela chama a outra, as vezes me pego escutando umas coisas muito diferentes de mim.

    Mas me “envergonho” de ter gostado uma vez de Biquíni Cavadão.

    Realmente não sei responder esta pergunta.

    11) Na adolescência qual era o estilo de música que tu achava que
    estaria ouvindo hoje e qual realmente está?

    Blues, com certeza.

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    12) Números. Quantos discos, cds, dvds, k7 e livros musicais já teve
    até agora. Indique alguns livros e filmes interessantes sobre música.

    Não sei porque mas acabei me desfazendo de muitos CDs que eu tinha. Alguns emprestei e não voltaram. Vinil eu tenho alguns. O mais legal é o Sabath Bloody Sabath do Black Sabath. Fitas K7 eu gravava um disco em cima do outro até a fita distorcer o som.

    Considero o filme Cadillac Records muito legal. Trainspotting foi o filme mais doido que vi na adolescência.

    Li muitas biografias como Tim Maia, Lobão, Keith Richards, Janis, Jim, Jimi...

    Faça duas ou mais perguntas para si mesmo a respeito de música e responda.

    Fazer apenas uma.

    Porque você não é um músico profissional?

    Não sei. Gostaria muito de saber esta resposta! Kkkkkkk

    quarta-feira, 3 de setembro de 2014

    Entrevista Lucas Pocamacha

    Lucas foi guitarrista da banda Superguidis, que já encerrou atividades, deixa saudades e faz muita falta no chocho cenário nacional. Hoje dedica seu tempo para produção de equipamentos para estúdios e promete um disco em breve.

    Enquanto aguarda o disco curta ai a entrevista com o Lucas

    1) Acho que todos, em algum momento, percebem que a música é algo além de dançar ou se chacoalhar e veem que ela traz muitas emoções e se fixa na memórias ao longo da vida. Qual a música ou lembrança musical mais antiga que tu tens e qual o primeiro disco comprado com as próprias economias? Fale também qual a música ou banda que fez tu perceber que a música teria uma importância muito grande na tua vida?

    -Minha lembrança mais antiga é um compacto do Topo Gigio (ratinho dos 80) cantando uma música do Jorge Ben... 

    -O primeiro disco q eu comprei foi o Gabriel o pensador de 92.. tenho até hj!!

    -A banda q me despertou muuuito interesse foi Rush. um tio me mostrou quando eu tinha 10 anos e só ouvi praticamente eles até os 14. isso deve explicar alguma coisa.. não sei o q, hehehe...

     

    2) A função da música pode ser também um modo de socialização, formação de grupos. E nesses grupos pode surgir a identificação com um estilo musical e também a apreciação (de cada membro) de uma banda específica, isso para manter a individualidade de cada um. Teve um grupo de amigos assim? Qual era a “sua” banda e existia algum estilo que não gostava e que outros amigos apreciavam?

    -A gente sempre acaba se encontrando com outros malucos!

    -A minha banda era o Rush mesmo.. a maioria da galera não curtia muito não, heheheh...

    3) Qual o seu show inesquecível, qual o que se arrepende não ter ido e qual o que gostaria de ir mas nunca teve oportunidade, seja pela distância ou até pelo tempo, tipo um show que foi realizado quando era criança ou não era nascido?

    -Show inesquecível foi o cake no opinião. não lembro o ano...

    -Não me arrependo de não ter ido em nenhum show. Geralmente prefiro os discos..

    -Gostaria de ver a St. Vincent... um dia, quem sabe?

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    4) Se não pudesse escutar nenhuma banda ou interprete que lançou discos no século passado o que escutaria hoje? E qual a sua fonte de atualização musical?

    -putz, cara, eu ando ouvindo muito música do norte da índia. tipo, é um bagulho milenar e extremamente rico! acho q vou demorar bastante tempo pra superar essa fase..

    -minha fonte de atualização são coisas q me surpreendem. tenho pavor de ouvir discos q soam como coisas q eu já conheço e entendi...

    5) Fale umas dez bandas, músicas ou discos que modificaram a tua vida de alguma forma e se quiser descrever como e porque?

    -Rush. Foi a banda q me colocou no meio dessa encrenca! heheh..

    -Pearl Jam. Tem a ver com adolescência e juventude, né? acho q o disco No Code ilustra a fragilidade emocional q a banda me ajudou a entender..

    -The Kinks. Rock!!

    -Pavement. Me fez ver guitarra de um jeito q eu nunca tinha pensado.

    -Guided by Voices. Me fez ver refrão de um jeito q eu nunca tinha pensado!

    -Radiohead. As coisas podem ficar complicadas mas não precisam ficar feias...

    -Talk Talk. putz, esses cara abriram a minha cabeça pra tudo q existe de etéreo e q pode ser usado a meu favor na música.

    -Os discos clássicos do jazz de 1959. Bom gosto não é obra do acaso!

    -Ravi Shankar. caralho, sítara é a coisa mais completa q um cara só pode tocar.

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    6) Toca ou já tocou algum instrumento? Teve alguma banda, mesmo que imaginária, como ela era?

    -Toco aí uma meia dúzia de nota numa meia dúzia de instrumento..

    -Tive 3 bandas. a última durou 9 anos! era de rock... foi divertido!

    7) Já atacou de DJ ou algo parecido? como foi a experiência?

    -Não! Tenho pavor de música alta!

    8) Se fosse para participar de uma banda, qualquer uma, qual seria e que instrumento tocaria?

    -Queria tocar Tabla com algum indiano maluco!! mas não vai ser nessa vida! heheheh...

    9) Que músicas ou estilo embalariam ou embalam tarefas cotidianas ou dias específicos, tipo passear de carro em uma tarde de sábado de primavera? Praticar um esporte radical? atravessar a cidade a pé em uma madrugada de inverno? Coloque outros itens.

    -Sei lá, cara... música boa serve pra qualquer ocasião!

    10) Acho que todos gostamos de algumas músicas que não tem muito a ver com a imagem que temos de nós mesmos, que música ou banda não gostaria de ser flagrado ouvindo por uma pessoa que não te conhece ainda? Que poderia criar uma imagem errada do teu gosto?

    -pô, não tenho vergonha de nada não! tb não tenho um gosto definido.. gosto de música boa! feita com uma intenção clara, q me surpreenda. nem q a intenção seja enganar, tipo nicki minaj.. adoro o som dela!!

    11) Na adolescência qual era o estilo de música que tu achava que estaria ouvindo hoje e qual realmente está?

    -Achava q ia ouvir metal pelo resto da vida! hahahah...

    -hj me pego ouvindo Yodel!!! heheheh..

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    12) Números. Quantos discos, cds, dvds, k7 e livros musicais já teve até agora. Indique alguns livros e filmes interessantes sobre música.

    -bah, CD e K7 eu não tenho mais.. tenho umas duas caixas de vinil e o resto é coisas digitais no computador. depois q eu descobri audio em alta resolução, as coisas mudaram muito no jeito q eu ouço música...

    -eu ainda não li, mas meus amigos se apaixonaram pelo livro do neil young.

    -o melhor filme sobre música é a parte final do 2001 do kubrick sincronizado com echoes do pinl floyd! vale a pena pesquisar sobre isso!!

    Faça duas ou mais perguntas para si mesmo a respeito de música e responda.

    pô, meu! não sei se isso interessa pra galera q lê o blog, mas eu to gravando um disco aí.. aqui em casa mesmo. acho q em uns dois ou três meses deve estar pronto. pretendo colocar de graça aí na internet pra quem quiser.. tenho pavor de vender coisas, heheheh!